IV Encontro Pela Paz Seixal, 31 de Maio de 2025
Foi um Encontro acolhido na Baía do Seixal motivado pela marca indelével da solidariedade internacionalista com os Povos de todo o Mundo, tantas vezes referida e que emoldurou o Apelo à Defesa da Paz aprovado por cerca de mil participantes.
Permito-me assinalar que a Exposição da ACR alusiva ao Centenário de Vasco Gonçalves, exposta nas instalações da CM do Seixal desde 5 de junho, termina no seu último painel com duas mensagens transatlânticas: a reprodução da uma carta de Hugo Chaves a Vasco Gonçalves, sensibilizado pela saudação que este endereçou ao II Encontro Mundial de Solidariedade com o Revolução Bolivariana, assegurando-lhe: «A Pátria de Bolivar é e será sempre a sua casa» e a carta de condolências que Fidel de Castro enviou a Aida Gonçalves, companheira do «amigo inolvidable de nuestra Revolución».
Não tardarão as Festas Populares do Seixal, e porventura foi à volta de 2000 que o nosso Primeiro-Ministro do Povo e dos Trabalhadores nelas visitou um espaço de solidariedade com Cuba contra o criminoso bloqueio praticado pelos Estados Unidos, onde um cartaz editado em San Sebastian, escrito em basco (arriscamos: «Kuba gabe ezer ez litzateke berdina izango»), aparentemente ambíguo na sua tradução à letra: «Sem Cuba nada seria igual»,
transmitia afinal o último sentimento de uma profunda convicção, a saber: «Sem Cuba, o Mundo seria pior!».
«E nada, nada de nada, se fala do Muro de Marrocos, que desde há 20 anos perpetua a ocupação marroquina do Saara Ocidental. Este muro, minado de ponta a ponta e de ponta a ponta vigiado por milhares de soldados, mede 60 vezes mais que o Muro de Berlim», desabafava indignado o escritor uruguaio Eduardo Galeano, segundo a edição No 70 do Plenitude (2007?), num artigo de Francisco Colaço Pedro que complementa: «2700 km de paredes de terra, rocha e areia, fortificadas por bunkers, vedações e arame farpado» e semeadas de «vários milhões de minas.»
De entre os 43 portugueses a caminho do Saara partiu então uma delegação da FENPROF. Era natural, porque no Deserto da Morte iria contribuir para a reconstrução de uma escola para mais de 600 crianças e formação de professores. As Câmaras de Moita, Palmela e Seixal, entre mais algumas do país, sobretudo do Alentejo, deliberaram a atribuição de donativos, contrariando Galeano na paráfrase: a utopia não está lá no horizonte («A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos…», dizia ele no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, em 2005). Terras portuguesas deram nome a salas de aula lá onde alguém fala do 25 de Abril.
Valdemar Santos (representante da ACR)

© Associação Conquistas da Revolução – 2025 – Todos os direitos reservados